Perigoso Cortejo


Cortejo o teu resguardo, 
Que segue preso em pleno fardo,
Do privar-se em todo caso,
Do pecado provocado, 
Por desejo inabalável, 
De prazer imaginado, 
Em noites sem ninguém.

Alma fragilizada, desprovida, enganada. 

Não tenho receio, 
Já deixo entendido o anseio 
De ter-te cravada em minha carne, 
No lapso do pecado provocado, 
Arrepiado, mordiscado, 
Sem respeito, rendido, 
Entregue, despido, sem medo 
Ou respeito à imposição carnal antes impostas a nós.


Sexo sem pai, sem princípio, sem por que. 
Ali já não há morte.
 Ali já não há mundo. 
Há apenas o instante. 
Há apenas o pecado. 
Há apenas o resto de almas humanas,
Resta o bruto, o bárbaro, o violento. 
O desejo infindável de nós dois.


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