Sedento. Denso. Ofega.
Lumbrido. Move o pensar.
Voz rouca baixa estou.
"Te amo", ela disse.
Leve. Curto. Forte.
Impacto. Surpresa.
Pego a me olhar.
Observar-me, analizar-me.
Estuda-me?
O foco, eu mudo.
Má ideia.
Então, à luz da janela,
Pernas lisas. Vermelho.
Desejo.
Assim tentas.
Continuarás a tentar.
Sou prendado, fiel.
Sou menino cruel.
És rosa supérfula na luxúria do meu querer.
Dignidade perdeu.
Procure no chão, talvez ache.
Seu dono? Não.
Talvez um vício seu.
Ofereço a mão.
Tiro quando tentas pega-la.
Não, não me terás.
Porém, o gosto tens,
a água na boca,
o quente,
o linear caminho traçado em tua pele.
Só. Vermelho só.
Só estás.
Quieta.
Frustrada estás.
Usada. Enganada.
Raiva, amor, desejo, vingança.
Que doce...
Suicídio pensas.
Pensas, pensas, pensas.
"Não, mereces coisa melhor, homem."
"Terás."
Só estás.
Quieta.
Frustrada estás.
Usada. Enganada.
Raiva, amor, desejo, vingança.
Que doce...
Suicídio pensas.
Pensas, pensas, pensas.
"Não, mereces coisa melhor, homem."
"Terás."